Em 15 de Agosto de 1951, começava mais um capítulo da “guerra fria”, a histórica disputa entre norte americanos e então Soviéticos, pela corrida espacial. Esse capítulo foi marcado pelas experiências russas que levaram cães ao espaço. Alguns não voltaram mais, seus restos mortais e suas almas inocentes ficaram entre as estrelas para sempre.
Até hoje quando se lembram destas passagens da história, se enaltece as façanhas de homens corajosos que arriscaram a sua vida em nome da ciência. Mas outras espécies forneceram personagens muito importantes, que contribuíram para tornar possível o sonho do homem de viajar ao espaço. A mais famosa dela foi à cadela Laika. Houve outros cães no programa Soviético, mas, o fato de ela ser lançada em um satélite que não daria condições para resgatá-la foi o que mais contribuiu para sua popularização na trajetória do programa.
Galanteio no céu. Belas imagens.
Dicas de adestramento, saúde, artigos e curiosidades.
O rio que fugiu do paraíso.
As pontes vivas de Cherrapunji
Durante a Guerra fria, Estados unidos e União Soviética, usaram animais em suas experiências espaciais, e o tema não era debatido pela sociedade. Com a morte de Laika isso começou a mudar. Seu fim deliberado desencadeou uma discussão que levou uma importante instituição do Reino Unido a pedir aos donos de cães que fizessem um minuto de silêncio em homenagem a Laika. A partir daí vários outros grupos sociais manifestaram suas posições contrarias aos “maus trados a animais”, e questionaram os avanços científicos obtidos à custa de suas mortes. O movimento culminou-se com a realização de manifestações públicas em várias embaixadas soviéticas pelo mundo. Mas, na União Soviética ainda era pouco comentado. Fontes que acompanhavam os lançamentos criaram métodos cruéis que teriam sido adotados para por fim a vida de Laika, já que todos sabiam que ela não retornaria. Algumas relatam que um gás letal teria sido injetado automaticamente no interior da cápsula onde ela se encontrava, outros dizem que um veneno poderoso foi adicionado à ração da qual ela se alimentava, mas, só em 2002 a então Rússia, deu a versão oficial para a morte da cadela. E a verdade está em documentos, que afirmam ter ocorrido uma falha no isolamento térmico do satélite, e entre cinco ou sete horas depois do lançamento, Laika morre por causa do super aquecimento, vivendo bem menos do que os cinco dias planejados inicialmente.
Para justificar a morte da cadela o chefe de defesa da Rússia na época, deu a seguinte declaração, "O voo de Laika permitiu mostrar a possibilidade de que um animal altamente organizado pode sobreviver em condições de falta de gravidade, e obter informação sobre o estado de seu organismo durante o voo orbital". Mas, somente com o fim do programa Russo os responsáveis pela ida sem volta de Laika ao espaço começam a falar de maneira que informa sobre o episódio. Como em 1988 quando, Oleg Gazenko, um dos cientistas responsáveis por enviar Laika para a morte, expressou seu remorso dizendo: "Quanto mais tempo passa, mais lamento o sucedido. Não deveríamos ter feito isso.... nem sequer aprendemos o suficiente desta missão, para justificar a perda do animal". Em outra oportunidade, Yuri Gagary, o primeiro homem a ir ao espaço, pronunciou uma das frazes mais emblemáticas sobre o tema: “Ainda hoje não sei se eu sou o 'primeiro homem' ou o 'último cachorro' a voar ao espaço”.
A cadela, no entanto, ganhou monumentos e placas de honra. Algumas homenagens só foram oferecidas 50 anos após sua morte, como a figura de bronze com dois metros de altura no centro de Moscou, onde se vê uma das partes do foguete se trasformando em uma mão humana na qual se apoia a cadela. É irônico, hoje se vê em tal monumento a mão humana protegendo a frágil cadelinha, no passado foi pela mão humana que ela foi mandada para o espaço, e lá ficou, abandonada para sempre.
Monumentos erguidos em homenagem a Laika na atual Rússia. |
Laika sendo preparada por um dos cientistas da extinta União Soviética. |
Laika no compartimento do módulo onde seus movimentos se limitavam a sentar ou se colocar de pé. |
Cadela Laika com o colete desenvolvido para sua viagem espacial. |
Selo em homenagem a Laika. |
Fonte: 1
2 comentários:
Tadinha. Condenada a morte para que os homens pudessem evoluir. Muito triste a estória dela.
Desde sempre até hoje, o homem acha que sua vida é mais importante do que de qualquer outro ser vivo. Muito triste tambem saber que isso existe até hoje, e ninguem faz nada para mudar.
Postar um comentário